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SETUP EM

TREND FOLLOWING É


 

Setup, genericamente falando, é o nome dado à configuração necessária para que algo possa entrar em produção.

 

Trazendo essa definição genérica para o universo de análise de mercado, podemos entender "Configuração Necessária" como um conjunto de regras que devem ser aplicadas na análise do mercado, e "Produção" como a aplicação repetitiva deste conjunto de regras, visando a obtenção de indicações de compra e venda.

 

Essa definição, porém, não basta para entendermos setup no contexto de Trend Following. Esse contexto nos apresenta outras características que devem ser atendidas para a aceitação de um setup.

A primeira delas se refere aos dados que devem ser alvo de análise. Para ser um setup de Trend Following, nada mais pode nos interessar a não ser a variável PREÇO. Esta é a única variável que interessa, e toda a análise deve ser derivada diretamente dessa variável.

 

A segunda característica refere-se à objetividade do setup. Um setup de Trend Following, sempre que aplicado sobre um mesmo conjunto de dados, deve sempre apresentar os mesmos resultados. Não pode haver espaço para entendimentos subjetivos. Ou é ou não é. O resultado não pode depender de quem ou o quê é responsável pela aplicação do setup.

 

Posto isso, podemos então chegar à definição de setup, de acordo com a filosofia de Trend Following:

"Setup é um conjunto de regras claras e objetivas para análise da variável PREÇO, passíveis de aplicação repetitiva, com o objetivo de gerar resultados únicos e reproduzíveis referentes à situação de COMPRA e VENDA de um ativo."

 

Se tivesse que listar as ferramentas que um operador de Trend Following deve ter, eu diria Controle Emocional, Manejo de Risco e Setup.

 

Destes, o Controle Emocional é de longe o mais importante. Não há setup vencedor e fórmula de manejo de risco que faça alguém sem controle emocional ser bem-sucedido no mercado financeiro. Os outros dois, Setup e Manejo de Risco, são de importância equivalente. Se não tiver ambos em boa conta, então você estará em maus lençóis.

 

Nessa série vamos falar de aspectos genéricos que devem ser observados em um setup, a fim de verificar a sua eficiência. Também descreveremos as características típicas de um setup de Trend Following.

 

Importante dizer que ao montar uma "caixa de ferramenta" de Trend Following não devemos nos ater apenas a um único setup. Devemos abrir o leque e nos dar a oportunidade de conhecermos outros setups de tendência. E por que isso? Porque o setup é como uma chave-de-fenda, alguns se encaixam melhor com determinados ativos do que outros, e sabendo disso podemos otimizar os nossos resultados.

 

Mais importante do que o setup propriamente dito, é ter incrustado na mente os aspectos da metodologia de Trend Following. Devemos ser fiéis a essa metodologia, e trabalhar com o setup que nos apresenta melhor resultado para o ativo escolhido.


 

AUTOMÁTICO OU MANUAL?
 

Em muito se discute sobre os benefícios e malefícios de se utilizar a automatização para realizar testes de validação e/ou indicar a entrada e saída de operações de compra/venda de ativos.

 

Tal discussão, a meu ver, só pode existir se desconhecermos a realidade de um processo de automatização.

 

A automatização é a etapa final de uma cadeia de acontecimentos que envolvem formulação do problema, observação, formulação de hipóteses e validação de solução. A automatização não tem por objetivo criar conhecimento, mas sim permitir que o conhecimento desenvolvido nas etapas anteriores possa ser aplicado a um universo mais amplo e de uma maneira mais eficiente.

 

Trazendo essa sistematização para a avaliação e utilização de setups de operação, como seria então o processo de automatização? Ele se daria da seguinte maneira:

 

1) Formulação do Problema: aqui você definiria o que procura buscar do mercado. Maior lucratividade, minimização de perdas, identificação de tendências, operar repiques, etc. O mercado é vasto e há situações para todos os gostos.

 

2) Observação: consistiria da observação do comportamento do mercado sob diversos aspectos (candles, indicadores, preços, médias, etc.), com o objetivo de gerar entendimento suficiente para a viabilização de um ambiente propício à formulação de hipóteses. Em suma, criar subsídio suficiente para o desenvolvimento do raciocínio.

 

3) Formulação de Hipóteses: aqui nascem os setups propriamente ditos. Alguns mais complexos, outros mais simples, mas sempre com o objetivo de dar solução ao problema proposto.

 

4) Validação da Solução: onde o setup é colocado à prova. E como se valida a solução, ou no nosso contexto, como se valida um setup?

 

Inicialmente, precisamos aplicá-lo a um universo reduzido, onde podemos acompanhar praticamente todas as variáveis envolvidas no processo. Nesse contexto, a aplicação manual é de suma importância. É aqui que aplicamos o "Computador Manual", e muitas das vezes durante esse processo conseguimos identificar pontos de melhoria ou até mesmo falhas estruturais, o que poderá nos levar novamente à etapa de formulação das hipóteses.

 

Caso a nossa hipótese, ou setup, sobreviva a essa etapa de validação manual, ela deverá ser então submetida ao teste de larga escala, isto é, ser aplicada a um universo onde o controle humano não é mais suficiente ou adequado para geração e acompanhamento de resultados. Estamos então, AGORA, falando da automatização.

 

Passando por todas essas etapas, um sistema automatizado de trades passa a ser o seu "EU RACIONAL", que aplicará objetivamente todo o conhecimento criado por você ao longo da sua jornada de aprendizado, em escala mais ampla e com precisão superior a qualquer olho humano.

 

E chegar até esse ponto, caro leitor, posso dizer que terá sido a parte mais fácil da jornada. A parte mais difícil está justamente no que vem após a geração do resultado pelo seu sistema, que é ter EQUILÍBRIO EMOCIONAL suficiente para seguir adiante com o plano gerado.